As
populações indígenas são vistas pela sociedade brasileira ora de forma
preconceituosa, ora de forma idealizada. O preconceito parte, muito mais,
daqueles que convivem diretamente com os índios: as populações rurais.
Dominadas
política, ideológica e economicamente por elites municipais com fortes
interesses nas terras dos índios e em seus recursos ambientais, tais como
madeira e minérios, muitas vezes as populações rurais necessitam disputar as
escassas oportunidades de sobrevivência em sua região com membros de sociedades
indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-os de
"ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e
"beberrões", enfim, de tudo que possa desqualificá-los, procurando
justificar, desta forma, todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus
territórios.
Já a
população urbana, que vive distanciada das áreas indígenas, tende a ter deles
uma imagem favorável, embora os veja como algo muito remoto. Os índios são
considerados a partir de um conjunto de imagens e crenças amplamente
disseminadas pelo senso comum: eles são os donos da terra e seus primeiros
habitantes, aqueles que sabem conviver com a natureza sem depredá-la. São
também vistos como parte do passado e, portanto, como estando em processo de
desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas
tenha se constatado o crescimento da população indígena.
É necessário
reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das
sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas
tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos
naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada
uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural,
com as diferentes etnias.
Claudio Fernandes , Isadora Bertini , Lais Biasi e Lucas Duarte
Claudio Fernandes , Isadora Bertini , Lais Biasi e Lucas Duarte
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